Equipe de Abel Ferreira reescreveu a história do clube no estádio uruguaio
O dia 27 de novembro de 2021 já está marcado na história do Palmeiras para sempre. Pela terceira vez, o Verdão conquista a Libertadores da América.
Neste sábado, 27, no estádio Centenário, no Uruguai, o Palestra superou o Flamengo em um jogo bastante disputado. Mas essa partida também fica marcada como o pagamento de uma “dívida” histórica na competição.
A primeira final no Centenário
Há 60 anos, o Palmeiras disputou a sua primeira Libertadores. Em 1961, o Verdão participou da segunda edição do torneio.
Nessa época ainda levava o nome da Copa Campeones. A equipe alviverde tinha nada menos que Djalma Santos e Valdemar Carabina no elenco.
O time fez grande campanha e chegou a final contra o Peñarol, com uma das partidas sendo disputada no Centenário.
A taça era decidida em jogos de ida e volta. O primeiro jogo foi no Uruguai, o confronto foi decisivo para o vice-campeonato paulista.
O Verdão perdeu a partida de ida no Centenário pelo placar mínimo. 1 a 0, gol de Alberto Spencer, apenas o maior artilheiro da história da Libertadores até hoje (54 gols).
Na volta, o Alviverde endureceu diante dos Carboneros, mas a partida terminou empatada no Pacaembu. O placar de 1 x 1 deu o título para os uruguaios.
Embora esteja no roll dos maiores campeões da Libertadores, o Peñarol nunca ergueu a taça no estádio histórico. É fato que o estádio Centenário faz parte do coração do Uruguai, um monumento de identidade cultural.
Os Carboneros, então, sempre mandaram jogos no estádio e fizeram da cancha sua casa e reduto. Mas nunca teve o prazer de gritar “é campeão” em uma final de Libertadores.
Palmeiras x Peñarol, final da Libertadores 1961, jogo da volta já no Pacaembu (Foto: Reprodução / Palmeiras) |
Palmeiras é campeão antes que o Peñarol
Nas cinco vezes em que o Peñarol foi campeão, disputou a taça fora de casa, levando em conta o terceiro jogo de desempate.
No formato mais antigo da Libertadores, quando dois jogos terminavam empatados, um terceiro jogo era disputado em campo neutro.
Dessa forma, o Penãrol sempre esteve longe da sua cancha. Esse tabu pode ficar ainda mais complicado de quebrar, pois o clube inaugurou há pouco mais de cinco anos o seu próprio estádio, o Campeón del Siglo.
Por outro lado, o Palmeiras tornou-se uma das equipes estrangeiras a ganhar o mais cobiçado da América no estádio histórico.
Os gols de Raphael Veiga e Deyverson fizeram a equipe de Abel Ferreira igualar o feito do próprio Flamengo, campeão em 81.
O Palestra tinha o Centenário como uma lembrança um pouco indigesta. O Palmeiras de Djalma Santos foi superado pelo Peñarol em sua primeira final jogando no Centenário.
No entanto, 60 anos depois, o Palmeiras de Deyverson voltou para cobrar essa dívida de décadas. Foi paga com juros, sendo campeão das Américas na cancha antes que os próprios Carboneros.
Palmeiras reescreve sua história no novo e reformado Centenário, em Montevidéu (Foto: Divulgação / Conmebol) |
Jogadores do Palmeiras comemoram o Tri da Libertadores com a arquibancada no estádio (Foto: Cesar Greco/Palmeiras) |
Além disso, por coincidência, a taça original da Libertadores retornou em 2021, após um processo de restauração. O troféu antigo usado há décadas foi trocado por uma réplica quase idêntica nos últimos anos.
Mas com o intuito de retomar as raízes do torneio, a original foi recuperada e retoma seu posto. Mas agora com o nome do mais novo-velho campeão.