Por que o Brasil tem tantas vagas na Libertadores 2022?

O Brasileirão 2021 chegou ao fim nesta quinta-feira (9). A última rodada definiu os times do Brasil na Copa Libertadores 2022. Desta vez, nove equipes locais disputam a taça.

Em outras palavras, nunca houve tantas vagas para brasileiros. Por outro lado, países vizinhos seguem com a mesma quantidade. Mas por que o Brasil tem tantas vagas na Libertadores 2022?

As mudanças no torneio

  • A disputa do torneio entre fevereiro e novembro
  • 47 equipes na disputa, não mais 38/40
  • Final única disputada em campo neutro

A saída dos mexicanos

Por certo, o aumento de vagas na Libertadores para equipes do Brasil não foi um simples ato de bondade da Conmebol. Em virtude de alguns fatores, foi resultado de um processo quase inevitável.

Inesperadamente, a partir de 2017, a Libertadores ganhou alguns ajustes. Sob a gerencia do presidente da Conmebol Alejandro Domínguez, o torneio ganhou o formato atual. Entre os principais ajustes estão:

Há cinco anos, os mexicanos estão fora da Libertadores. Os astecas estiveram no torneio 18 vezes. As equipes entraram na disputa como um país convidado em 1998.

Embora nunca tenham sido campeões, chegaram a três finas. Aliás, há certa admiração pelo certame por parte deles. Em 2016, foi a última vez que o torneio pode contar com as equipes da Liga Mexicana (MX). Pumas, Toluca e Puebla foram os últimos a disputar a taça.

Racing x Puebla, do México, na Libertadores 2016 (Foto: Reprodução / EFE)

O presidente da Liga MX, Enrique Bonilla, decidiu romper a ligação com a Conmebol. De acordo com ele na época, as novas mudanças no torneio pesaram. Sobretudo o calendário, que coincidia com finais da liga local.

A força das equipes brasileiras

De forma oficial, esse é o número de vagas por país:

Brasil 7 (duas vagas na pré em cada país)

Argentina 6

Colômbia 4

Uruguai 4

Chile 4

Paraguai 4

Equador 4

Bolívia 4

Venezuela 4

Peru 4

Em princípio, o Brasil tem três vagas a mais que a média dos países da América do Sul. Todavia, em 2022, o número subiu para nove, um recorde.

Sem dúvida, é difícil para a Conmebol resistir ao apelo esportivo de Brasil e Argentina. A força das ligas locais de cada país contribui para isso. Segundo o ranking atual do IFFHS, o Brasileirão é a 3ª melhor liga de futebol do mundo. Fica atrás apenas da Premier League e La Liga .

Além disso, nos últimos anos, o Brasil vem se impondo com sucesso diante dos times argentinos, que sempre tiveram um domínio na Copa.

Contudo, o equilíbrio financeiro e esportivo de clubes como Palmeiras e Flamengo veio para diminuir essa diferença.

Da mesma forma, a saúde econômica de equipes menos populares como Athletico-PR e RB Bragantino permitem que esses times sejam competitivos ao ponto de disputarem títulos.

Como resultado, vimos finais brasileiras nos principais torneios sul-americanos em 2021. Athletico-PR x RB Bragantino na Sul-americana, e Palmeiras x Flamengo na Libertadores.

Palmeiras x Flamengo disputaram a 2ª final brasileira consecutiva na Copa Libertadores (Foto: Divulgação / Cesar Greco / Palmeiras)

Novas vagas de 'brinde'

De fato, a força dos elencos e a habilidade de sua manutenção faz com que muitas equipes se superem. Só para ilustrar, o Palmeiras de Abel Ferreira foi bicampeão da Libertadores e ficou em 3º lugar no Brasileirão. Fato que abriu mais uma vaga.

Enquanto o campeão Brasileiro de 2021, Atlético-MG , também chegou a final da Copa Brasil. Não apenas, a disputa é contra o campeão da Sul-americana, Atlético-PR .

Assim, como ambos garantem vaga direta com seus respectivos títulos, uma nova vaga se abre pela Copa do Brasil.

Por isso, a Libertadores nunca será tão 'brazuca' como em 2022. É provável que o maior debate hoje não seja a quantidade de vagas, mas como elas foram distribuídas.

Decerto, há quem ache justo a vaga abraçar o 8º colocado do Brasileirão. Ao mesmo tempo em que outros defendem que o vice-campeão da Copa do Brasil merece mais. Portanto, a polêmica apenas começou.