Por que o Brasil tem tantas vagas na Libertadores 2022?

Nayra Antunes sexta-feira, dezembro 10, 2021 0 ComentĂĄrios

O BrasileirĂŁo 2021 chegou ao fim nesta quinta-feira (9). A Ășltima rodada definiu os times do Brasil na Copa Libertadores 2022. Desta vez, nove equipes locais disputam a taça.

Em outras palavras, nunca houve tantas vagas para brasileiros. Por outro lado, paĂ­ses vizinhos seguem com a mesma quantidade. Mas por que o Brasil tem tantas vagas na Libertadores 2022?

As mudanças no torneio

  • A disputa do torneio entre fevereiro e novembro
  • 47 equipes na disputa, nĂŁo mais 38/40
  • Final Ășnica disputada em campo neutro

A saĂ­da dos mexicanos

Por certo, o aumento de vagas na Libertadores para equipes do Brasil nĂŁo foi um simples ato de bondade da Conmebol. Em virtude de alguns fatores, foi resultado de um processo quase inevitĂĄvel.

Inesperadamente, a partir de 2017, a Libertadores ganhou alguns ajustes. Sob a gerencia do presidente da Conmebol Alejandro DomĂ­nguez, o torneio ganhou o formato atual. Entre os principais ajustes estĂŁo:

HĂĄ cinco anos, os mexicanos estĂŁo fora da Libertadores. Os astecas estiveram no torneio 18 vezes. As equipes entraram na disputa como um paĂ­s convidado em 1998.

Embora nunca tenham sido campeĂ”es, chegaram a trĂȘs finas. AliĂĄs, hĂĄ certa admiração pelo certame por parte deles. Em 2016, foi a Ășltima vez que o torneio pode contar com as equipes da Liga Mexicana (MX). Pumas, Toluca e Puebla foram os Ășltimos a disputar a taça.

Racing x Puebla, do México, na Libertadores 2016 (Foto: Reprodução / EFE)

O presidente da Liga MX, Enrique Bonilla, decidiu romper a ligação com a Conmebol. De acordo com ele na Ă©poca, as novas mudanças no torneio pesaram. Sobretudo o calendĂĄrio, que coincidia com finais da liga local.

A força das equipes brasileiras

De forma oficial, esse Ă© o nĂșmero de vagas por paĂ­s:

Brasil 7 (duas vagas na pré em cada país)

Argentina 6

ColĂŽmbia 4

Uruguai 4

Chile 4

Paraguai 4

Equador 4

BolĂ­via 4

Venezuela 4

Peru 4

Em princĂ­pio, o Brasil tem trĂȘs vagas a mais que a mĂ©dia dos paĂ­ses da AmĂ©rica do Sul. Todavia, em 2022, o nĂșmero subiu para nove, um recorde.

Sem dĂșvida, Ă© difĂ­cil para a Conmebol resistir ao apelo esportivo de Brasil e Argentina. A força das ligas locais de cada paĂ­s contribui para isso. Segundo o ranking atual do IFFHS, o BrasileirĂŁo Ă© a 3ÂȘ melhor liga de futebol do mundo. Fica atrĂĄs apenas da Premier League e La Liga .

AlĂ©m disso, nos Ășltimos anos, o Brasil vem se impondo com sucesso diante dos times argentinos, que sempre tiveram um domĂ­nio na Copa.

Contudo, o equilíbrio financeiro e esportivo de clubes como Palmeiras e Flamengo veio para diminuir essa diferença.

Da mesma forma, a saĂșde econĂŽmica de equipes menos populares como Athletico-PR e RB Bragantino permitem que esses times sejam competitivos ao ponto de disputarem tĂ­tulos.

Como resultado, vimos finais brasileiras nos principais torneios sul-americanos em 2021. Athletico-PR x RB Bragantino na Sul-americana, e Palmeiras x Flamengo na Libertadores.

Palmeiras x Flamengo disputaram a 2ÂȘ final brasileira consecutiva na Copa Libertadores (Foto: Divulgação / Cesar Greco / Palmeiras)

Novas vagas de 'brinde'

De fato, a força dos elencos e a habilidade de sua manutenção faz com que muitas equipes se superem. SĂł para ilustrar, o Palmeiras de Abel Ferreira foi bicampeĂŁo da Libertadores e ficou em 3Âș lugar no BrasileirĂŁo. Fato que abriu mais uma vaga.

Enquanto o campeão Brasileiro de 2021, Atlético-MG , também chegou a final da Copa Brasil. Não apenas, a disputa é contra o campeão da Sul-americana, Atlético-PR .

Assim, como ambos garantem vaga direta com seus respectivos tĂ­tulos, uma nova vaga se abre pela Copa do Brasil.

Por isso, a Libertadores nunca será tão 'brazuca' como em 2022. É provável que o maior debate hoje não seja a quantidade de vagas, mas como elas foram distribuídas.

Decerto, hĂĄ quem ache justo a vaga abraçar o 8Âș colocado do BrasileirĂŁo. Ao mesmo tempo em que outros defendem que o vice-campeĂŁo da Copa do Brasil merece mais. Portanto, a polĂȘmica apenas começou.

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Postado porNayra Antunes

É jornalista de formação. Especialista em webjornalismo, com experiĂȘncia em cobertura de futebol em sites esportivos e criação de conteĂșdo para web.