Endrick chora em despedida e Palmeiras triunfa nas categorias de base

Endrick chora em despedida do Palmeiras
Foto: Reprodução: Zuma Press/Alamy

Endrick caiu no choro quando entrou no Allianz Parque e viu um mosaico em sua homenagem. O atacante de 17 anos fez o seu Ășltimo jogo com a camisa do Palmeiras contra o San Lorenzo, nesta quinta-feira (30), pela Libertadores. A noite fria na capital paulista e os protocolos da Conmebol impediram uma festa maior de despedida, mas nĂŁo evitaram as lĂĄgrimas da Cria da Academia diante de 40 mil pessoas.

A noite nĂŁo teve gols, nem grande atuação do Palmeiras. Com a classificação garantida para o mata-mata, a equipe alviverde fez uma partida apagada contra o San Lorenzo no fechamento da primeira fase da Libertadores. Endrick tambĂ©m teve uma atuação discreta. Nos Ășltimos dias, o atacante experimentou um carrossel de emoçÔes.

Carinho nas arquibancadas

Os palmeirenses receberam o camisa 9 com casa cheia. Quando entrou em campo para o seu Ășltimo jogo, Endrick desabou, chorou durante toda a execução do hino nacional, enquanto os torcedores entoavam "Meu Palmeiras".
Eram as lågrimas da ficha caindo. Havia chegado a hora de deixar o Palmeiras, o clube que o acolheu aos 10 anos de idade. Endrick vai se apresentar à Seleção para a disputa da Copa América 2024 e logo estarå no seu novo clube, o Real Madrid.

Endrick não consegue segurar a emoção (Foto: Divulgação/Conmebol)

Torcida recebe Endrick com mosaico com frase "Até logo" (Foto: Divulgação/Cesar Greco/Palmeiras)

“Fico feliz e triste ao mesmo tempo, porque tenho muita gratidĂŁo ao Palmeiras, por tudo que fez na minha vida. Agora Ă© difĂ­cil falar, mas estou muito feliz. JĂĄ chorei e vou tentar nĂŁo chorar de novo”, declarou Endrick no fim do jogo.

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Endrick faz base do Palmeiras triunfar

O criadouro de talentos alviverde vem se destacando pelo nĂ­vel de formação de jogadores nos Ășltimos anos. Em termos de popularidade, Endrick Ă© a maior revelação das categorias de base do Palmeiras.

Por mérito, despertou o interesse da Europa, a curiosidade da mídia e, mesmo atuando no Brasil, teve seu nome reconhecido em todo o mundo. Um prodígio nas categorias de base do Verdão, campeão de tudo. Jovem fenÎmeno no profissional, batendo marcas no futebol brasileiro aos 17 anos.

Endrick atuando contra o San Lorenzo (Foto: Divulgação/Conmebol)

AlĂ©m disso, fez parte de uma geração histĂłrica e vencedora do Palmeiras, batizada de “Terceira Academia” e comandada pelo tĂ©cnico Abel Ferreira. O treinador, com muitas atitudes imprevisĂ­veis, foi peça importante na formação de Endrick. Participou do processo de amadurecimento como atleta, acompanhou suas fases de ansiedade, frustração, ĂȘxito e atĂ© tentou contornar a pressĂŁo.


Acho que as coisas aconteceram tĂŁo perfeitas [...]. Ele conseguiu fazer tudo, ser campeĂŁo em todas as categorias. Jogou no tempo de Deus, nos ajudou muito no ano passado, estĂĄ conosco hĂĄ um ano e sete meses, veio a tempo de ser campeĂŁo com a equipe principal. Houve um perĂ­odo de adaptação, começou muito bem, depois um perĂ­odo nĂŁo tĂŁo bom, foi capaz de suportar as crĂ­ticas. Ronaldo, Neymar, Messi, Guardiola... Os melhores do mundo sĂŁo sempre sujeitos Ă s crĂ­ticas e tens que fazer um acordo de paz para continuar a trabalhar e seguir em frente. Para um moleque de 16 ou 17 anos, nĂŁo Ă© fĂĄcil suportar essa pressĂŁo, mas ele foi capaz disso”, disse Abel Ferreira em coletiva.

Endrick chora em despedida do Palmeiras
Na saída do campo, Abel Ferreira abraça Endrick (Foto: Reprodução/Instagram/Endrick)

Após o apito final, Endrick deu a volta olímpica no Allianz Parque e saudou os torcedores no estådio, trazendo vårias semelhanças com a despedida de Gabriel Jesus, outra invenção do Palmeiras com bastante identificação com o clube.

“Passei ao redor do campo para dar tchau para os torcedores. SĂł peço que nunca me esqueçam, porque eu nunca vou esquecer eles. Espero que um dia possamos nos reencontrar de novo, fico muito feliz de estar aqui”, afirmou Endrick.