Acerto com Giay mostra que Palmeiras vem atraindo jovens promessas do futebol sul-americano

Escrito em Coluna em 28/7/24 por Nayra Antunes

Foto: Divulgação/Fábio Menotti/Palmeiras 
O Palmeiras anunciou Agustín Giay, joia do futebol argentino e titular do San Lorenzo desde os 18 anos de idade. A contratação de Giay é uma amostra de que o Palmeiras conquistou uma reputação atípica na América do Sul: se tornou lugar de desejo e uma opção para jovens talentos que se destacam no continente. Alguns fatores podem explicar o cenário, a imagem de time vencedor e o “efeito Endrick”, que colocou em evidência o trabalho das categorias de base do Verdão em todo o mundo.
Giay foi sondado por equipes como Atlético de Madrid, e como qualquer jovem jogador em início de carreira deve pensar em um futuro atuando em grandes clubes da Europa. No entanto, o lateral-direito, de 20 anos, fechou com o Palmeiras, o atleta aceitou vestir a camisa do Palestra sem esperar o fim do ano para receber outras propostas. É possível que, para o seu staff, o acerto foi firmado em razão do Verdão ser visto hoje como uma grande vitrine para boas vendas de jogadores, além de trazer uma valorização expressiva aos atletas.

Foto: Reprodução/Instagram/Agustín Giay

Mas e Giay? o que pensa? O seu ex-clube, San Lorenzo, assim como o Palmeiras, continua vivo na Copa Libertadores, por essa razão, o jogador teria mais jogos como titular na equipe argentina. Mesmo sabendo que pode ser banco durante toda a competição a partir de agora, o lateral-direito aceitou a proposta do Palmeiras.

Vale lembrar que durante a fase de grupos da atual edição da Copa Libertadores, Kendry Páez, de apenas 16 anos, ficou impressionado com o Palmeiras. A jovem promessa do futebol equatoriano, que atua pelo Independiente del Valle, elogiou a capacidade do Verdão em reverter uma situação difícil jogando contra a sua equipe, uma virada heróica por 3 a 2 no Equador.

“Este Palmeiras é uma equipe muito top. Tem vencido a Libertadores, e a verdade é que para nós é especial jogar contra eles. Eles ganharam da gente aqui em casa, é o rival mais difícil da Copa Libertadores, mas foi um privilégio jogar com eles”, disse Kendry em entrevista após o jogo.

Kendry Páez ao lado de Gustavo Gómez em partida
entre Palmeiras e Independiente del Valle (Foto: Fernando Soutello/AGIF)

A imagem de time vencedor

A opinião do jogador equatoriano reforça a tese de que o Palmeiras conquistou autoridade e admiração de jovens jogadores além das fronteiras. Primeiro, por meio de suas façanhas nos gramados, em especial, na Libertadores. Sob o comando de Abel Ferreira, o Palestra foi bicampeão consecutivo do torneio e igualou o feito do Boca Juniors, além de superar recordes de adversários na competição. Desde 2020, o Alviverde está sempre chegando nas fases decisivas.

Somado a isso, a marca de protagonizar situações quase folclóricas em alguns jogos, fazendo muitos acreditarem em uma “mística” a favor do Verdão na Libertadores. Desde que Abel Ferreira passou a dirigir o Palmeiras, além da imagem de time vencedor, o clube também se notabilizou por superar adversários sem contar com jogadores de renome. 

A popularidade das "Crias da Academia"

Outra razão para o Palmeiras despertar interesse entre jovens promessas foi a explosão de Endrick. Revelado nas categorias de base do Palestra, Endrick se tornou uma sensação global antes mesmo de vestir a camisa do Real Madrid, um feito inédito no Verdão. Desde a aparição de Neymar, não surgia no Brasil um jogador tão assediado pela mídia e por fãs. É pelo seu potencial, é pelo bom trabalho feito pela agência do atleta, mas sobretudo, pela oportunidade e as ferramentas oferecidas pelo Palmeiras.

Endrick, até aqui, foi o resultado de maior impacto da reformulação das categorias de base do Palmeiras, que além da estrutura, implantou uma metodologia a fim de resgatar e despertar o talento de jovens jogadores. Trabalho que vem rendendo muitos títulos nas divisões de base, incluindo a conquista da inédita Copinha, por muito tempo motivo de “meme” entre adversários.

No entanto, o "meme" ficou para trás, a medida em que o Palmeiras avançava com a transformação de suas categorias de base, coordenada por João Paulo Sampaio. Endrick, Luís Guilherme e Estêvão são frutos da última geração, a que tornou a base do Palmeiras “conceituada”. “Crias da Academia” não é somente um apelido, é uma marca que se ergueu como filosofia de tratamento com jovens atletas formados no clube, atraindo e cativando os que estão do lado de fora.