(Foto: Divulgação/SE Palmeiras) |
Aguerrido, brigador e preciso no desarme, assim era Olegário Tolói de Oliveira, o “Dudu”. Volante que protegia a zaga alviverde como um gladiador incansável. Foi assim que, em 13 temporadas, tornou-se o quarto jogador que mais entrou em campo na história pelo Verdão com 615 jogos. Nesta sexta-feira (28), o Palmeiras anunciou o falecimento de um dos maiores jogadores dos 109 anos de existência do clube.
Dudu se emocionou ao ganhar um busto no Palmeiras
Dudu foi jogador e técnico do Palmeiras, imortalizado em 2016, com um dos seis bustos de bronze que hoje ornam a sede social do clube, inaugurado durante a gestão do ex-presidente do Alviverde, Paulo Nobre. O busto é um agradecimento àqueles que possuem uma categoria superior entre os ídolos do Verdão, presente que deixou Dudu em estado de graça, evidente em sua declaração na época.
“Eu estou mais bonito aqui (no busto) do que pessoalmente (risos). Não tenho palavras para agradecer o que a diretoria do Palmeiras está fazendo por mim e também pela presença dos amigos, parentes e ex-atletas companheiros meus. É uma alegria muito grande a que estou sentindo dentro de mim, realmente hoje eu balancei. É difícil eu balançar, mas hoje eu estou bastante emocionado. Eu estou contente com tudo isso”, disse durante a cerimônia de inauguração do busto, o eterno ídolo palmeirense.
Dudu radiante ao ver seu busto no Palmeiras ((Foto: Divulgação/SE Palmeiras)) |
Dudu só vestiu três camisas
Dudu nasceu em 7 de novembro de 1939, em Araraquara, São Paulo. Em vida, vestiu apenas três camisas, da Ferroviária, Palmeiras e Seleção Brasileira. O ex-volante iniciou a carreira profissional em 1959, na “Ferrinha”, já com o apelido que recebeu do avô, sr. Redente Tolói. Depois de cinco anos brilhando no interior, chamou a atenção do Palmeiras e foi contratado em 31 de março de 1964, na data em que eclodiu o golpe militar no Brasil. Sua estreia com a camisa do Palestra foi no dia 11 de abril de 1964.
Àquela altura, a Primeira Academia do Verdão já estava formada – embora só fosse ganhar a alcunha no ano seguinte, em 1965 – e Dudu, para garantir presença naquele esquadrão, precisou adaptar seu estilo. Em entrevista ao site oficial do Verdão, Dudu chegou a relembrar sobre seu início no Palmeiras.
“O Djalma Santos, o [Valdemar] Carabina e o Djalma Dias conversaram comigo: ‘Magrinho, você corre muito e nos atrapalha aqui atrás. Deixa o Ademir municiar o ataque. Fica aqui na frente da zaga. Você não precisa fazer gols’. Entendi o recado. Até porque sempre fui detalhista. Estudava os rivais. Tentava saber como jogavam, por onde driblavam. Mas as coisas só melhoraram com a ajuda dos mais velhos e com a chegada de Filpo Nuñez, que arrumou de vez o time”, disse Dudu em entrevista resgatada.
Dudu, capitão da Academia clássica do Palmeiras
Dudu e Ademir da Guia, uma dupla brilhante (Foto: Reprodução/web) |
Dudu foi titular no jogo em que o Palmeiras enfrentou o Uruguai com a camisa da seleção brasileira em 1965. Faturou o Torneio Rio-São Paulo daquela mesma temporada, sagrou-se campeão paulista em 1966 e garantiu os dois títulos nacionais em 1967: a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
Dudu, em pé, o segundo da direita para a esquerda, em clássico entre Palmeiras x São Paulo, no Estadual do ano 1972, no Pacaembu (Foto: Acervo/ SE Palmeiras) |
No ranking atualizado do clube, Dudu é o quarto jogador que mais atuou pelo Palmeiras (615 jogos), o quinto que mais atuou (199 vezes) e venceu no Brasileiro (100 vitórias).
Dudu anunciou sua aposentadoria aos 36 anos. A derradeira partida aconteceu em 24 de janeiro de 1976, no empate entre Palmeiras e Portuguesa por 3 a 3, no Palestra Itália, em partida válida pelo Torneio Laudo Natel. No mesmo ano, Dudu foi convidado para ser o treinador do time e deu sequência ao trabalho de Dino Sani, assumindo o cargo em maio de 1976 e conduzindo a equipe a mais uma taça estadual.
*Com informações do Departamento de Comunicação/ SE Palmeiras